O amor e o Tempo

O amor e o tempo

O amor vem como a tempestade,
sopra forte e abala as estruturas,
pega desprevinido os desavisados,
toca na alma e marca para sempre,
nem o tempo, conciliador dos sentimentos,
nem a distância, devoradora dos sonhos,
podem apagar as marcas e os vestígios da paixão.

Amor dói sim, dói quando é correspondido,
pela falta de estarmos juntos,
e quando termina, parece tortura lenta,
volta de cirurgia, onde a cabeça ainda tonta,
não define se vive ou se morre,
como navio pequeno em plena tormenta.

Nós, tolos e ainda tão carentes,
mesmo diante da dor inclemente,
não nos resistimos e mesmo fugindo,
da dor que fingimos não sentir,
caímos no laço do amor mais uma vez,
sempre acreditando que será para sempre,
mesmo sendo tão inconstantes.

Não importa a dor do amor,
o coração não quer o vazio da certeza,
quer sentir o palpitar da tua presença,
quer mãos apertadas, bocas coladas,
sentir a ausência da pessoa amada
para sorrir ao vê-la chegar.

Porque do amor necessitamos,
sem ele a vida se derrama aos poucos,
se perdendo em longos suspiros,
no peito apertado que te busca,
nas longas e solitárias noites sem fim,
onde a tua ausência,
é o pedaço que falta em mim.
Eu acredito em você.

Paulo Roberto Gaefke