Andamos
andamos…
Andamos tão preocupados com o que há de ser, com o que haveremos de vestir ou comer, que nem reparamos nos detalhes, nas coisas que realmente importam para nosso bem estar.
Porque já nem nos olhamos mais, não nos reparamos, esquecemos os elogios, os gestos de delicadeza que fazem a diferença?
O que nos faz tão insensíveis a ponto de conquistarmos alguém e depois viramos as costas, entregamos aquilo que acreditávamos ser amor nas mãos da rotina e do desencanto?
Por que nos lembrarmos da luz apenas quando estamos no escuro?
Por que a saudade somente na ausência?
Por que não nos abraçamos mais? Por que nossos beijos estão cada dia mais frios e raros?
Por que o medo de dizer “eu te amo” e fazer esse amor cada dia melhor?
Por que a traição se temos um alguém que um dia juramos amor e fidelidade?
Por que essa busca tamanha, se tudo está nas nossas mãos?
Por que colocamos a felicidade sempre tão distante de nossos dias?
Por que essa ansiedade pelo que não temos e nem sabemos se iremos gostar?
Por que essa prisão dos sentimentos ao buscar aquele que não tem coragem de assumir o amor que diz sentir?
Por que amamos Maria que ama João que ama Patrícia que ama Carlos que ama Joana que sonha com Ricardo?
Por que corremos tanto e não chegamos a lugar algum?
Por que o coração diz te amo e nossos gestos não confirmam esse amor?
Por que sonho com você e a cada dia te vejo mais distante?
Por que quero ser feliz ao teu lado, pela eternidade de um momento, se meus sonhos se esvaziam diante da tua frieza?
Por que insisto em amar, mesmo diante da dor e da solidão dos meus dias?
Sou hoje, reflexo de meus desejos mais loucos. Se me sorrires, eu rio como criança diante do desenho animado. Se me deixas sozinho, sou como a lagoa apaixonada pela lua…como o sonho impossível de voar sem asas…
Eu acredito em você.
Paulo Roberto Gaefke